
Recentemente, a empresa Budweiser recriou alguns de seus anúncios da década de 50 e 60, na famosa era de ouro da publicidade nos Estados Unidos, pois foi nessa época que foi apresentada uma nova forma de se fazer marketing e de se comunicar com o consumidor.
Foram nesses tempos que surgiram aquelas famosas ilustrações, de homens e mulheres em sua casa no melhor estilo “american way of live”.
A questão principal é que essas ilustrações das décadas de 50 e 60 eram de caráter extremamente machistas e sexistas, onde se colocava a mulher em uma posição totalmente submissa, onde deveria se ocupar somente com as atividades domésticas e em servir o seu marido.
Claro que, essas ilustrações eram uma representação real da sociedade naquela época, por mais que pareça absurdo e totalmente inaceitável nos dias atuais.
Bom, antes tarde do que nunca, a Budweiser decidiu se posicionar e redesenhar seus anúncios politicamente incorretos das décadas anteriores e criou novas ilustrações, onde a mulher, além de protagonista, transmite uma imagem de independência, confiança e equidade com os homens.

“Como líder em publicidade, é nossa responsabilidade mostrar às mulheres papéis mais equilibrados e com mais poder”, afirma Monica Rustgi, vice-presidente de marketing da Budweiser. Ela acrescenta que a marca iniciou uma “parceria de longo prazo” com a #SeeHer, uma iniciativa da Associação dos Anunciantes Nacionais (dos Estados Unidos), que visa uma representação mais precisa das mulheres na mídia.
Esse “case” da Budweiser, levanta questões importantes relacionadas a “Branding” e posicionamento de marca. Como a sua empresa se posiciona no mercado? Qual o discurso que ela prega nos meios de comunicação? Como ela é percebida pelos seus clientes?
O posicionamento de uma marca está intrinsecamente ligado com a sua missão, visão e valores, além da filosofia que é expressada dentro da empresa. Confere à empresa a sua própria imagem na mente do consumidor, que vai fazer a empresa se destacar do resto da sua concorrência.
Evidente que não se trata apenas de um discurso bonito e sim de aplicar aquilo que diz, de entregar aquilo que se promete.
O posicionamento de uma marca pode mudar de acordo com a situação ou contexto. Isso, contudo, não o torna menos importante, ao contrário, é ele quem define e caracteriza a promessa da marca.
É importante que o CEO não misture ou imponha sua opinião com a forma da empresa em se posicionar em determinados assuntos.
Particularmente, acredito que as empresas não devem se posicionar em assuntos polêmicos como política, religião, futebol e afins (levando em consideração, claro, o segmento de cada empresa).
Questões que envolvem paixão ou fanatismo, nunca foram boas questões para empresas participarem, o risco de rejeição de clientes fiéis e/ou admiradores de uma marca é muito maior do que a possibilidade de ganhar novos seguidores.
Entretanto, as empresas precisam estar atentas aos temas contemporâneos, questões ligadas a sustentabilidade, projetos sociais e sociologia. Pois isto pode se tornar uma arma poderosa para se diferenciar ou até mesmo se igualar aos seus concorrentes, lembrando que vivemos em tempos onde os consumidores estão cada vez mais sensíveis a comunicação.
E para você? Acredita que empresas se destacam pelo seu posicionamento? Como a empresa que você atua ou administra se posiciona no mercado? Já se identificou com alguma marca pela forma que ela se comunica no mercado?
Para quem tiver se interessar em saber mais sobre como era a publicidade e o marketing nas décadas de 50 e 60, é possível conferir a série americana de TV “Mad Men” (acredito que esteja ainda na Netflix), onde retrata de forma genial o dia a dia dos publicitários da Madson Avenue em Nova Iorque.
É tempo de deixar de aquela velha opinião formada sobre tudo.
Matheus de Aguiar
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